UM LIVRO É A CHAVE PARA MUITAS PORTAS
O livro é uma porta para outros mundos. Suas páginas nos levam por aventuras e desventuras, amores e desamores, paixões e dissabores, alegrias e horrores. Mas, acima de tudo, o livro é uma porta para a cultura, para a aprendizagem, para o saber, para o desenvolvimento pessoal.
É considerado artigo de luxo por alguns, artigo de necessidade básica por outros. E há aqueles que o consideram uma arma, um verdadeiro perigo. Já testemunhamos na história a queima de livros em praça pública, em um desejo de calar a voz dos autores queimando suas histórias, suas ideias, suas palavras. Já dizia o poeta Heinrich Heine: “Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas.”
SOBRE A ESCRITA, DE STEPHEN KING
Como editora em grandes casas editoriais por mais de 10 anos, a Lici trabalhou com autores incríveis, mas, sem dúvida alguma, ter tido a oportunidade de editar Sobre a escrita, do Stephen King, foi um dos maiores presentes que a vida editorial trouxe para ela.
O livro é dividido em algumas partes, que não vamos tentar resumir aqui, mas queremos apontar o que de melhor vemos nelas e que pode ser tão importante para quem quer ser escritor/a:
Currículo
Aqui King conta sua trajetória pessoal e profissional. As maiores lições que tiramos são:
- Escrita é trabalhar, retrabalhar, trabalhar de novo. Não existe “parir texto pronto” (nem mesmo este post foi escrito e publicado de cara).
- O/a editor/a vem para somar, não para subtrair. Quando você pensar que o/a editor/a quer meter a mão no seu texto, lembre-se de que ele/ela quer sempre o melhor pra obra.
Caixa de ferramentas
Aqui temos exemplos do que funciona, como e pra quem. E, nas palavras do King: “Quanto mais ficção você lê e escreve, mais verá seus parágrafos se formando por conta própria.” Ou seja, ESCREVA! Sem medo, sem pudores, só escreva. Ficou bom? Ótimo! Ruim? Reescreva.Com a tradução primorosa de Michel Teixeira, a edição brasileira precisou de algumas ligeiras adaptações, já que a obra foi escrita em inglês para escritores/as anglófonos/as. É sempre importante que o/a escritor/a brasileiro/a se atente para o fato de que algumas regras e dicas são válidas para determinado idioma e que ele/a pense se as mesmas normas funcionam ou não em português.
Sobre a escrita
Aqui King trata de leituras que o influenciaram, de inspirações em geral e de rotina de escrita. O trio do sucesso é narração-descrição-diálogo. A história andou? O/a leitor/a participa sensorialmente da história? A fala do/a personagem traz credibilidade pra ele/a? Tá tudo certo!
A ERA DA ESCURIDÃO, DE KATY ROSE POOL
Alguns talvez não saibam: além de editora, a Nat é tradutora. Em 22 anos de carreira, ela alterna entre esses dois papéis. Hoje vamos mostrar um pouco desse lado dela porque acabou de sair um livro bárbaro que a Nat traduziu para a Editora Suma: A era da escuridão.
É um livro de fantasia que traz uma narrativa a partir de cinco pontos de vista (sim, você leu certo: CINCO pontos de vista!). Construir uma história a partir de tantos narradores é um enorme desafio para o escritor, pois ele corre vários riscos: perder-se durante a narrativa; criar personagens rasos e não críveis; não conseguir desenvolver a história de cada um dos personagens; apresentar fatos conflitantes; criar uma “barriga” na história; entre outros.
Mas Katy Rose Pool, a autora do livro, conseguiu criar um mundo fantástico crível, com diversidade racial e representatividade LGBT+ (embora esse não seja o foco do livro) e personagens bem desenvolvidos, cada qual com histórias, medos e anseios próprios, mas cujos caminhos se cruzam.
Junto com o exemplar, a Nat recebeu um brinde: um conjunto de cartas, representando cada um dos cinco protagonistas e os arquétipos que representam. Tem mais sobre os diferentes tipos de arquétipos no nosso blog aqui no site!
Recomendamos a leitura desse livro não só para fãs de fantasia, mas para todos, porque, apesar de a história se passar em um mundo fantástico e alguns personagens terem poderes, o lado humano está muito presente: medo, anseios, aceitação, desafios…
Como tradutora, o desafio da Nat foi fazer escolhas linguísticas e culturais que proporcionassem para o leitor da língua de chegada a mesma experiência do leitor da língua de partida. E ela espera ter conseguido fazer jus ao excelente texto da autora.
Se quiserem conhecer a trabalho dela com tradução, sigam o Canal Natividade no Instagram e se inscrevam no canal no YouTube.
#SEXTOU COM AS RECOMENDAÇÕES DA TEIA
![](https://i0.wp.com/ateiadehistorias.com.br/wp-content/uploads/2020/12/3-leituras.png?resize=300%2C200&ssl=1)
Indicar livros é sempre um desafio enorme, já que nem todo mundo gosta do mesmo tipo de livro que a gente. Por isso, resolvemos fazer um menu #sextou com três opções:
- A mentira, de Nelson Rodrigues: uma tragédia causada por mentiras e segredos no seio de uma família tradicional carioca.
- Sargento Getúlio, de João Ubaldo Ribeiro: obra regionalista, que retrata o banditismo no sertão, usando linguagem coloquial, com muitas expressões e causos da região.
- A hora da estrela, último romance de Clarice Lispector: o desespero de um escritor que sente a necessidade de narrar a história de uma nordestina pobre “virgem e inócua que não faz falta a ninguém” no Rio de Janeiro.
Conta pra gente se já leu algum desses livros ou se tem vontade de ler!